O compromisso do grupo das 20 maiores economias do mundo de reduzir os déficits pela metade até 2013 e estabilizar a dívida até
2016 não levaria a uma nova recessão, segundo avaliou o analista argentino
Jose Luis Espert, ouvido pela Agência Estado. "Não esperamos uma nova
recessão na Europa em 2010 – nos EUA está descartada -, por mais ajuste que
tenha se proposto a realizar", opinou. No entanto, ele adverte que a volatilidade
nos mercados vai continuar, "sem dúvida".
Diretor da consultoria Espert & Associados, o analista reconhece que "não é
pouco o ajuste que tem que ser feito" e que "é preciso acompanhar o processo
com muito cuidado porque existem demandas políticas e sociais".
Para o
consultor econômico e acadêmico Martín Krause, do Centro de Investigações e
Informações de Mercado (Ciima), apesar do acordo alcançado no fim de
semana, continua havendo erro na abordagem do problema econômico e
financeiro que afeta as economias europeias. "O erro fundamental é o de não
propor medidas drásticas que possam evitar uma nova crise", disse à AE.
"O ajuste fiscal não pode ser feito da noite para o dia, leva tempo. Mas, sim, se
pode fazer rapidamente uma reforma constitucional que proíba o crescimento da
dívida pública ou que proíba o déficit fiscal acima dos níveis aceitáveis, explicou.
Contudo, Krause elogiou a disposição dos países para realizar o ajuste e
criticou os analistas com "uma visão keynesiana exagerada demais de que o
ajuste pode provocar nova recessão ou desaceleração".
Marina Guimarães